“…Com o Pobrezinho de Assis soube estabelecer um vínculo profundo e duradouro, baurindo dele inspiração ascética e génio eclesial…
“Nas importantes tarefas que desempenhou na Igreja, acrescentou sempre o cuidado das realidades temporais ao bem espiritual das almas…
“Além de ter sido incansável investigador de Deus, desde quando frequentava os estudos em Paris, São Boaventura foi seráfico cantor da criação que, no seguimento de São Francisco, aprendeu a “louvar Deus em e através de todas as criaturas”, nas quais “resplandecem a omnipotência, a sabedoria e a bondade do Criador” (Itinerarium mentis in Deum 1,10)…
“São Boaventura apresenta do mundo, dom de amor de Deus aos homens, uma visão positiva: reconhece no mundo o reflexo da máxima Bondade e Beleza que, em continuidade com Santo Agostinho e São Francisco, afirma ser o próprio Deus. Tudo nos foi dado por Deus. D´Ele, como de uma fonte originária, brota a verdade, o bem e a beleza…
“Dado que Deus está no alto - escreveu ele – é necessário que a mente se eleve para Ele com todas as forças” (De reductione artium ad theologiam, n.25). Traça assim um percurso de fé empenhativo, no qual não é suficiente “a leitura sem a unção, a especulação sem a devoção, a busca sem a admiração, a consideração sem a exultação, o engenho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça divina, o espelho sem a sabedoria divinamente inspirada” (Itinerarium mentis in Deum, prol. 4 )…
“Neste Ano sacerdotal gostaria de convidar especialmente os sacerdotes a porem-se na escola deste grande Doutor da Igreja para aprofundar o ensinamento de sabedoria radicada em Cristo. Para a sabedoria, que floresce em santidade, ele orienta cada passo da sua investigação e tensão mística, passando pelos graus que vão da que ele chama “sabedoria uniforme”, relativa aos princípios fundamentais do conhecimento, à “sabedoria multiforme”, que consiste na misteriosa linguagem da Bíblia, e depois à “sabedoria omniforme”, que reconhece em cada realidade criada o reflexo do Criador, até à “sabedoria informe”, isto é, a experiencia do íntimo contacto místico com Deus, quando o intelecto do homem toca em silêncio o Mistério infinito…”
a 6 de Setembro de 2009:
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